30 de mai. de 2008

CPMF, CSS e outras bobagens no gênero

Quando a CPMF nasceu ganhou o nome de IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) e tinha um curto prazo para acabar, era apenas um SOS que na época o governo alegava ser necessário para evitar que a previdência fosse para as cucuias. Com verba destinada à saúde, na verdade foi copiada da idéia do PT que pregava a extinção de todos os impostos, substituindo-os pelo IU (Imposto Único) que seria um desconto de 1% sobre qualquer movimentação bancária. A idéia era boa porque acabava definitivamente com a burocracia e lentidão da máquina tributária brasileira, mas o governo gostou da idéia do desconto sobre movimentação e criou o IPMF - também conhecida como "imposto do cheque".

Findo o prazo do IPMF o governo criou um "novo" tributo, batizado então de CPMF que reinou soberano durante anos e estávamos até acostumados a ele como se acostuma com um calo no dedinho do pé, mas também esse tinha seus dias contados e foi com alívio que vimos a tal CPMF dar adeus e ir-se para sempre para os confins do inferno.

Nem bem respiramos aliviados e já surge uma outra novidade governamental, dessa vez não mais em caráter provisório (tiraram o P da sigla) e lá vem de novo a CPMF de roupa nova, goela abaixo do povo brasileiro, dessa vez com o simpático nome de CSS. Que me desculpe aí o caro leitor mas não posso deixar de registrar aqui um comentário um tanto vulgar mas que se ajusta como uma luva à situação: "A bosta muda, mas os mosquitos são sempre os mesmos".

Não importa quantas vezes o mesmo imposto seja mudado e renomeado, a merda é sempre a mesma, que resulta em desconto no já ultra-estropeado salário do trabalhador, e os mosquitos somos nós, o povo brasileiro, que sempre tem que pagar a conta pelos desvios e má administração do dinheiro público.

O que necessitamos é de seriedade por parte do governo para gerenciar suas contas e fazer uma faxina na previdência, adequando-a à realidade brasileira, porque até um imbecil sabe que se deve gastar conforme o ganho e se o governo desconhece essa máxima da economia não é justo que recorra sempre ao nosso bolso quando a vaca insiste em ir pro brejo.

Já tivemos o "empréstimo" compulsório da gasolina, o aumento da contribuição da previdência em folha de pagamento e agora está aí essa sarna do IPMF, CPMF, CSS (ou seja lá como quiserem chamar, pra mim dá no mesmo) que não quer mais nos largar, como se fosse justo já receber o salário com uma coluna de lançamentos de descontos muito mais longa que a de proventos, pagar imposto sobre tudo o que consumimos ou qualquer serviço prestado, pagar imposto sobre o que adquirimos de forma legítima (como IPTU e IPVA) e ainda nos sobretaxam na conta bancária!

Como diz o Chico na música Deus lhe Pague, temos que pagar pra nascer, pagar pra comer, pagar pra vestir, pagar pra tudo, e agora ainda temos que pagar para usar o nosso dinheiro! É uma lástima saber que vivemos num país que tem um leque interminável de opções para desenvolver a economia e tudo o que o governo consegue enxergar é enfiar a faca no bolso dos trabalhadores como forma de aumentar suas divisas!

Vivemos num país de cultura econômica pobre e analfabeta, cujos parâmetros não obedecem às leis econômicas que regem o restante do mundo. Aqui não se gasta conforme se ganha nem se usa o trabalho para gerar capital. Aqui simplesmente se cria uma lei para retirar uma parte do nosso dinheiro que está em nossa conta bancária. E nem precisam de senha!

(zailda coirano)




25 de mai. de 2008

Lista atualizada de blogs

22 de mai. de 2008

CPMF deve ser aprovada

O presidente do senado admitiu que há grandes chances de ser aprovada, uma vez que sua verba se destina exclusivamente à saúde. Parece que vamos ter que amargar de novo com esse encargo. Nem sentimos o gostinho de fazer nossas movimentações bancárias sem tributos e já está de volta mais esse desconto no salário do brasileiro.

É incrível a cara de pau do governo de recorrer ao bolso do trabalhador cada vez que suas finanças vão mal das pernas. Ainda sou do tempo em que o desconto do INSS era bem menor, mas alegando que necessitava aumentar sua renda sob pena de não poder pagar as aposentadorias essa porcentagem aumentou "provisoriamente", mas de provisório esse aumento não teve nada porque até hoje não voltou à alíquota original.

Já tivemos também o imposto compulsório, que acrescentava uma porcentagem ao preço dos combustíveis e automóveis durante um determinado período após o qual seria devolvido pelo governo, bastando apresentar as notas fiscais. Até hoje não soube de casos em que isso tenha acontecido, me parece mais um "calote governamental".

O dinheiro confiscado no início do governo Collor voltou ao bolso do trabalhador em doses homeopáticas e com redução. Conheço casos de pessoas que tinham depositado um valor que seria suficiente para comprar uma casa que ao ser devolvido daria apenas para comprar uma bicicleta. Parece piada, mas está se tornando um hábito do governo recorrer ao bolso do trabalhador cada vez que suas verbas minguam.

A diferença entre um assaltante e o governo é apenas que o assaltante nos assalta uma vez só e nos aponta uma arma, já o governo nos assalta toda hora e usa a lei como arma para isso.

(zailda coirano)

21 de mai. de 2008

Argentino que raptou e engravidou a filha é condenado a 16 anos de cadeia

O argentino de 74 anos que manteve a filha presa por mais de dez anos e a engravidou foi condenado nesta terça-feira a 16 anos de prisão, revelou a Justiça.

O caso, que lembra o de Josef Fritzl, o austríaco que recentemente confessou ter estuprado a filha e a mantido em cativeiro durante 24 anos, ocorreu no populoso distrito de La Matanza, onde há amplos bolsões de pobreza.

Eleuterio Soria, atualmente com 74 anos, foi condenado a 16 anos de prisão por abuso sexual agravado.

Segundo a Justiça, a filha de Soria foi estuprada dos 11 aos 22 anos, e teve dois filhos, de 7 e 14 anos.

O calvário da jovem terminou há 11 anos, quando conseguiu escapar e contar seu caso à polícia, revelou o promotor Sergio Antín.

A vítima, cuja identidade não foi revelada, vive hoje com um companheiro e tem outros dois filhos.

O caso Fritzl chocou o mundo em 28 de abril passado, quando o austríaco, de 73 anos, confessou ter aprisionado a filha por mais de duas décadas no porão de sua casa em Amstetten, com quem gerou sete filhos.

Meu comentário

Se a moda pega vai ser um problema! Para mim é puro machismo, esses homens acham que suas filhas e esposas lhes pertencem e podem fazer o que bem quiserem com seus corpos e suas vidas.

Acho que esse sentimento de onipotência é originado da forma machista com que vêem suas famílias: consideram-se verdadeiros reis, sua palavra e sua vontade são leis e são completamente indiferentes às leis e costumes da nossa sociedade. Passam por cima da moral e dos valores que os outros seres humanos cultuam, consideram-se acima do bem e do mal, para eles meras palavras sem significado.

Seria isso uma sociopatia? Uma doença mental? Não sou especialista, mas pessoas como essas em minha opinião deveriam ser mantidas em cativeiro porque decididamente não estão aptas a viver em nossa sociedade porque sua indiferença aos nossos valores, seja doença ou não, os torna capazes de praticar as maiores atrocidades, destruir a vida de outras pessoas, criando horrores como esses noticiados insistentemente pelos meios de comunicação.

Se são doentes, sanatório. Se não o são, cadeia neles.

(zailda coirano)


19 de mai. de 2008

"Como vai?" é um cumprimento e não uma pergunta, pô!

Será que os chatos nunca interpretam corretamente o que dizemos? Por quê será que quando a gente diz "como vai?" eles sempre começam a contar, tintim por tintim?

Quando você diz "como vai?" a uma pessoa "normal", ela responde: "bem, e você?" mas quando você pergunta a um chato... Lá vem ele contando que está mal, que a mulher o corneou, o patrão o demitiu, o carro quebrou, o cachorro morreu e a sogra que estava nas últimas se recuperou e foi morar na casa dele!

E o pior é que você, desavisado, está num daqueles dias em que parece que o tempo voa, nem bem levantou e já está atrasado. Mas não adianta ficar olhando o tempo todo pro relógio, ele não pára...

Pra ter certeza de que você não vai "fugir" ele ainda segura no seu braço! E fala bem de pertinho, se for seu dia de azar ainda tem mau hálito! E vai te babar todo, porque se hoje for aquele dia mesmo, ele é do tipo que fala babando... e nem dá pra abrir o guarda-chuva, você o deixou em casa, lembra?

Portanto, assim que passar pelo chato de novo, nada de dor na consciência, seja ele bonzinho como for, não interessa se lhe emprestou o dinheiro para a cirurgia da sua filha ou se é primo-irmão da sua mãe. Passe batido e finja que não o conhece!

(zailda coirano)

Governo quer recriar CPMF

A CPMF é a irmã gêmea torta da proposta inicial do PT, que era o IMPOSTO ÚNICO, que seria de 1% sobre qualquer movimentação financeira. O Imposto Único viria simplificar a parafernália tributária brasileira, onde um único produto pode gerar dezenas de impostos até chegar ao consumidor final - que é quem paga a conta.

A idéia a princípio era boa, e esse imposto viria substituir todos os outros, cabendo ao governo canalizar depois a verba gerada para os seus diversos setores. Ninguém ficaria isento, todos pagariam de acordo com o que recebessem. Era, portanto, um imposto democrático e do qual ninguém escaparia.

Utopia? Parece que sim, porque o governo gostou da idéia de um imposto que fosse cobrado automaticamente a cada movimentação financeira e criou o IPMF, depois rebatizado de CPMF, que seria um imposto com data para terminar e cuja verba seria destinada à Saúde, que devido à má administração do próprio governo e de sucessivos desfalques estava à beira da falência. Como sempre, eles são incompetentes em gerir nosso dinheiro e detectar quem dele está se beneficiando indevidamente e nós é que pagamos a conta.

Extinta a CPMF, mesmo depois de muito chororô do governo, hoje eles estão novamente tentando fazê-la descer por nossa goela abaixo, não se sabe por quanto tempo.

Até quando no Brasil se tomarão medidas paliativas em vez de moralizar e reformar o que não está funcionando? O governo com sua máquina tributária pra lá de arcaica já deveria ter procedido à tal reforma da qual tanto se ouve falar. Mas só se ouve falar, pelo jeito.

Para mim parece óbvio que a macro-economia do país funciona como a micro-economia doméstica: gasta-se de acordo com o que se ganha. E principalmente quando se usa dinheiro alheio (no caso, do povo), e do qual possivelmente terão que prestar contas no futuro.

O governo continua tentando aumentar sua receita à nossa custa para cobrir suas despesas (que são muito mal programadas, diga-se de passagem) em vez de adequar seu orçamento à verba que tem, ou investir parte dessa renda em setores que gerarão mais receita a longo prazo.

Mas "a longo prazo" é uma expressão que não faz sentido na cabeça de nossos governantes. São imediatistas, do já e do agora, e tudo o que necessite de tempo para reverter em benefícios fatalmente será relegado a segundo plano, como acontece com a tal "reforma tributária", que se faz necessária antes que o governo mais uma vez nos "enfie a faca" para fazer mais uma sangria em nossa já mingüada renda.

(zailda coirano)

Folha Online - Brasil - Governo prepara nova CPMF para financiar gasto da Saúde - 17/05/2008

18 de mai. de 2008

Compartilhando o pc

Uma das coisas mais irritantes que eu conheço é blogar com alguém atrás, me cutucando o tempo todo pra eu sair porque quer usar o pc. E nisso meus filhos são mestres.

Fico pensando que compartilhava um pc com eles em Pacaembu, vim pra Diadema, casei e comprei um pc novinho em folha porque eu queria fazer o que quisesse sem ninguém me enchendo o saco pra sair logo. Meu marido também usa o pc, mas como os dias de folga dele normalmente não coincidem com o meu, não havia choques.

Agora chegam os filhos, e lá vamos nós novamente. Estou bem no meio de uma postagem, ou vendo um vídeo, ou sei lá o que...

- Mãe, quero usar o pc...

Tudo bem se eu não sair, já que o pc é meu, mas aí ganho um "sombra". A criatura fica logo atrás de mim, suspirando ou me cutucando a cada 5 minutos:

- Vai demorar pra sair?

E olha que amamentei todos eles, já não dei o suficiente do meu sangue? Agora querem também me tirar da internet? Não respeitam minha necessidade de expressão? Que droga...

Bem, tenho que sair, daqui a pouco alguém vai assumir meu lugar aqui nesse computador...

(zailda coirano)

16 de mai. de 2008

Enganando o consumidor

Uma prática que vem se tornando mais freqüente a cada dia é o oferecimento do tal "seguro" ou "garantia estendida" quando compramos um eletrodoméstico. Para contratar o seguro ou a garantia (o nome varia de loja para loja) temos apenas que pagar uns poucos reais a mais por mês na prestação e contaremos com uma garantia muito maior e mais ampla do que a que nos dá o fabricante.

Sem fazer as contas o consumidor pode cair nessa balela sem notar que os poucos reais que pagará a mais por mês em sua prestação seriam no final suficientes para comprar um eletrodoméstico novo.

O vendedor normalmente é forçado pela loja a "empurrar" goela abaixo do freguês esse tipo de engodo. E digo engodo porque se você compra um celular com garantia estendida de 1 ano deveria pensar antes se ainda vai ter esse aparelho daqui a um ano. E nisso não pensamos na hora de concordar com o vendedor.

Também é de praxe a loja reagir dizendo que o defeito apresentado pelo aparelho foi causado por mau uso do cliente, se por acaso esse guardar o comprovante da garantia e quiser usá-la um dia. Mas aí já se passaram tantos meses, quem é que vai atrás?

Cada cliente pagando 3 ou 4 reais a mais por mês por um serviço de garantia duvidosa, ao final do ano a loja terá seus lucros ainda mais dilatados. E esse dinheiro extra está saindo de nosso bolso.

Se existe mesmo a possibilidade de a loja dar uma garantia extra em cima daquela que já nos dá o fabricante deveria haver leis que regulamentassem esse serviço para não permitir que o comércio use de forma aleatória esse artifício para acrescentar uma pequena quantia em nossa prestação e engordar ainda mais a conta bancária do dono da loja.

(zailda coirano)

6 de mai. de 2008

Tá me ouvindo, caramba?

Todo relacionamento humano depende do bom entendimento entre as partes. Isso pode ser conseguido de diversas formas, sendo o diálogo a mais óbvia e exaltada por psicólogos, terapeutas e entendidos da matéria.

Por mais simples que possa parecer, diálogo no entanto é algo difícil de se conseguir. O ser humano foi sugestivamente equipado de uma boca e dois ouvidos, e digo "sugestivamente" porque alguém já disse que devido à essa circunstância deveríamos ouvir duas vezes mais que falar, mas qual!

A prática nos mostra que usamos nossos dois ouvidos de forma bem particular e estou certa que de maneira insuspeitada pelo Criador quando assim nos apetrechou: tudo o que nos entra pelo ouvido rapidamente nos sai pelo outro.

O que se percebe quando as pessoas estão conversando (e notem que conversa jamais foi, é ou será sinônimo de diálogo) cada um fala de si mesmo.

- Nossa, mas levei uma pancada na perna que está doendo até agora!

- Pancada foi a que EU levei semana passada nas costas, até hoje tenho que tomar analgésico.

- Que nada, pancada foi a que eu levei na cabeça naquele acidente ano passado, passei 3 dias desacordado...

E assim cada um supervaloriza sua própria dor, sua própria experiência, seu próprio umbigo. O outro que se dane... O assunto mais fascinante desse mundo somos nós mesmos e ai de quem se atrever a falar de outra coisa... Não adianta espernear, berrar, nem dar tiro (eu nunca tentei, mas se resolver tente, me diga depois...).

O diálogo, essa coisa tão inatingível, essa arte tão esquecida, implica em que olhemos e ouçamos o outro, que nos preocupemos com ele e que saibamos nos colocar em seu lugar.

Enquanto isso não acontece prosseguimos nesse monólogo de surdos encarando divórcios, afastando-nos de nossos filhos, perdendo os amigos, e em escala maior provocando guerras e explodindo carros-bomba. Prosseguimos com nosso hábito de muitas palavras para pouco significado, onde falamos de tudo o que nos diz respeito e deletamos tudo o que não nos interessa. E o que não nos interessa?

Não nos interessa nada para além de nosso mundinho restrito e pequeno, e se o outro insiste em falar de assuntos alheios à nossa própria pessoa não adianta: vai literalmente falar com as paredes.

por Zailda Mendes

5 de mai. de 2008

Carta ao Bradesco

Esta carta foi direcionada ao Banco Bradesco, porém devido a criatividade com que foi redigida, deveria ser direcionada a todas as instituições financeiras .... O que acham ?

Tenho que prestar reverencia à criatividade brasileira.... Além de ser altamente explorada, a população ainda arruma menções de bom humor.....

Não é fantástico?



CARTA ABERTA AO BRADESCO


Senhores Diretores do Bradesco,


Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira,mecânico, costureira, farmácia etc). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante. Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.

Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima.

Que tal?

Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade.

Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer serviço. Além disso, me impõe taxas. Uma "taxa de acesso ao pãozinho", outra "taxa por guardar pão quentinho" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.

Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.

Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pãozinho", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.

Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco. Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro depois de abrir a padaria.

Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para liberar o "papagaio", alguns gerentes inescrupulosos cobravam um "por fora", que era devidamente embolsado.

Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos gerentes inescrupulosos. Agora ao invés de um "por fora" temos muitos "por dentro".

-Tirei um extrato de minha conta - um único
extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.

- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".

- A surpresa não acabou: descobri outra taxade R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quentinho".

- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de seu Banco.

Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal.

E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.

Sei disso.

Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais.

Mas, também sei que são imorais . Por mais que estejam garantidas em lei, tais taxas são uma imoralidade.


Brasília, 30 de maio de 2006.

Delman Ferreira

delman@senado.gov.br

(recebido por e-mail)

4 de mai. de 2008

Os puxa-papo

Você está lá há horas amargando numa fila horrorosa, pode ser de banco ou supermercado, já está p da vida porque o fato de ficar na fila já atrasou seu dia todo e está pensando que nada de pior pode te acontecer nesse dia...

Ledo engano, de repente, surgida do nada uma vozinha irritante começa a te martelar os ouvidos:

- Mas que fila, hein?

Não, você não está ouvindo vozes do além e nem está ficando esquizofrênico. Trata-se apenas de uma categoria de chatos bem cotada em cidades grandes: os puxa-papo.

Você está lá, cuidando de sua vida e pensando em seus problemas quando essa antipática figura começa a fazer perguntas. E tem algo mais chato do que responder a perguntas de completos estranhos? E olha que se você não toma logo uma providência do tipo fechar a cara, por exemplo, as perguntas vão ficando mais e mais pessoais e logo você estará confessando todos os seus pecados para o tipo indiscreto.

Isto é, se ele for do "tipo A", porque se ele for do "tipo B", prepare os tímpanos, porque essa pessoa chata vai contar sua vida e seus problemas desinteressantes todinhos pra você. E vai contar coisas escabrosas bem alto, como se tivesse orgulho delas, e todos os olhares (claro) se voltarão pra vocês e você vai ficar meio que assim - com cara de tacho.

Eu já ando com um galho de arruda e um dente de alho na bolsa pra afastar vampiro, mau-olhado e chatos. Sei lá se funciona, mas quando começam com aquele converseiro que não leva a nada e que não me interessa em absoluto eu me apego a um deles, fecho os olhos e começo a rezar em voz baixa.

Você pode também tentar a tática de fingir que é doida de pedra, abrace a pessoa, chame-a por um nome qualquer (torça pra não acertar, chato tem cada nome que Deus me livre), finja que conversa com um amigo imaginário, sei lá. Seja criativo, qualquer coisa serve pra nos livrar do chato nosso das filas de cada dia.

(zailda mendes)

3 de mai. de 2008

Retrato de um maníaco

Josef Fritzl, 73 anos, pai e avô autoritário e vizinho agradável, levou por 24 anos uma segunda vida diabólica de escravocrata incestuoso em sua "casa dos horrores" em Amstetten, no leste da Áustria.

"Não se trata de um doente, pois se fosse doente não teria conseguido imaginar e realizar planos tão sofisticados", afirmou o psiquiatra e especialista forense Reinhard Haller, descrevendo Josef Fritzl como um "déspota que aterrorizou várias gerações de sua família".

Há quase um quarto de século, o vizinho agradável, eletricista de formação, elaborou um cenário diabólico que conseguiu enganar a própria esposa, os vizinhos e as autoridades.

Oficialmente, sua filha Elisabeth deixou a casa da família com 18 anos para se juntar a uma seita. Uma carta escrita por ela chegou pouco depois à residência familiar, em 1984, pedindo o fim das buscas.

Nos anos 90, Elisabeth deixou na porta da casa dos pais, um após o outro, três de seus bebês, junto com cartas escritas por ela pedindo que Josef e Rosemarie assumam as crianças.

Na verdade, todas essas cartas foram escritas no porão da casa, onde o pai mantinha sua filha trancafiada e abusava sexualmente dela.

Os vizinhos e os amigos do pai incestuoso admitiram que ele nunca levou os filhos ao colégio, que evitava as reuniões de pais de alunos e que nunca estava em casa quando as assistentes sociais faziam visitas de controle.

"Rosemarie sempre levava as crianças às aulas de música, aos treinamentos, ao colégio", comentou o padeiro Günther Pramreiter, vizinho dos Fritzl.

"Josef falava do tempo e de assuntos ligados à atualidade quando vinha à padaria. Lembro que ele se disse chocado pelo caso Kampusch", a jovem seqüestrada durante oito anos no porão de uma casa perto de Viena, de onde fugiu em agosto de 2006, disse o padeiro.

"Na sua família, ele era um mestre e um ditador", relatou um amigo alemão, Paul H., 69 anos. "Comigo, no entanto, era um cara legal, aberto e engraçado", acrescentou o aposentado, em declarações ao tablóide alemão Bild.

Ao mencionar uma viagem à Tailândia com Josef Fritzl, Paul H. contou que seu amigo "adorou" a massagem dada por uma jovem tailandesa e comprou lingerie feminina para "uma amiga".

"Seus sapatos estavam sempre impecáveis e sua gravata nunca estava torta, parecia um diplomata", afirmou ao jornal Oesterreich Gerda S., uma ex-colega de trabalho.

Após longos interrogatórios desde sua detenção, na noite de sábado, Josef confessou segunda-feira o seqüestro, as relações incestuosas das quais nasceram sete filhos, a eliminação do corpo de um bebê morto pouco depois do nascimento.

Se a acusação de homicídio por negligência for mantida pela morte deste bebê, Josef pode ser condenado à prisão perpétua. Os seqüestros e estupros são passíveis de penas de até 15 anos de prisão.

Nos anos 60, ele trabalhou pelo gigante da siderurgia Voest na Áustria, que o contratou, segundo a imprensa, apesar de uma pena de prisão por tentativa de estupro.

Proprietário de vários apartamentos, que alugava, Josef também teve um restaurante nos anos 70. O estabelecimento foi destruído pelas chamas, e ele foi condenado por incêndio voluntário e fraude do seguro.

Desde então, esta condenação e a precedente foram eliminidas de sua ficha, que estava limpa em 1994, ano em que as autoridades de Amstetten permitiram a adoção de seu primeiro "neto".

Além disso, a polícia ainda estava verificando nesta quarta-feira uma eventual ligação de Josef Fritzl com o assassinato de uma jovem, vítima de abuso sexual em 1986 e cujo corpo foi encontrado perto de seu estabelecimento.

Pai e madrasta de Isabella têm descontrole emocional segundo delegada do caso

O inquérito policial do caso Isabella, composto por mais de mil
páginas, já está nas mãos do juiz criminal Maurício Fossen. A peça mais
importante do inquérito é o relatório final da polícia, que tem 43
páginas. Nele, Renata Pontes, delegada-assistente do 9º Distrito de
Polícia diz que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá mentiram de
forma dissimulada, desprezando o bom senso de todos.


De
acordo com o relatório, há provas "robustas" de que Alexandre jogou a
menina pela janela. Segundo a polícia, essas provas são as marcas da
rede na camiseta e a pegada do chinelo no lençol. A delegada não aponta
o motivo do crime, mas diz que, baseado nos depoimentos, seria possível
concluir que não há dúvidas do descontrole emocional do casal.


No final, a delegada Renata Pontes afirma que o crime foi um ato
covarde que demonstra desprezo pela vida humana. A polícia mantém a
seguinte versão sobre o crime: Anna Jatobá feriu Isabella na testa
ainda dentro do carro, o sangue teria caído no assoalho e na lateral
esquerda da cadeirinha do bebê.



Ainda segundo a polícia, todos subiram juntos no mesmo elevador.
Isabela estava no colo do pai. No apartamento, Isabella teria sido
asfixiada pela madrasta e, depois, arremessada pelo pai pela janela do
6º andar. Reiteradas vezes, o casal alegou inocência.




Denúncia e prisão preventiva

O
promotor de justiça Francisco Cembranelli ficou com uma cópia do
inquérito para preparar a denúncia durante o feriado. O parecer do
Ministério Público deve ser protocolado na Justiça na terça-feira (6).



Será um texto curto, de apenas três páginas, mas com decisões
importantes: o promotor vai pedir a imediata abertura de um processo
criminal contra Alexandre Nardoni e Anna Jatobá pelo assassinato de
Isabella, além de reforçar a necessidade da prisão preventiva.



Para convencer o juiz, Cembranelli deve alegar que presos, Alexandre
Nardoni e Anna Jatobá, seriam julgados em, no máximo, um ano e meio,
por força da lei. Mas, se ficarem em liberdade, o casal pode ir a júri
só daqui a cinco anos.

Austríaco manteve filha em cativeiro por 22 anos

O engenheiro eletricista austríaco Josef Fritzl, 73, confessou ter mantido aprisionada sua própria filha, Elisabeth Fritzl, 42, em um porão sem janelas por 24 anos e também admitiu ser pai dos sete filhos que ela teve. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pela polícia da Áustria.
O caso veio à tona neste domingo, depois de a polícia ter prendido o suspeito e encontrado o porão onde ele mantinha a filha presa. A
investigação começou quando uma das supostas filhas dos dois, de 19 anos, ficou seriamente doente e foi levada ao hospital. Os médicos resolveram, então, apelar para que a mãe da menina aparecesse para fornecer mais detalhes sobre seu histórico clínico.
Elisabeth teria sido aprisionada pelo pai no dia 28 de agosto de 1984, quando tinha, então, 18 anos. Em depoimento à polícia neste domingo, ela disse que seu pai, Josef Fritzl, atraiu-a ao porão do local em que vivam. Antes de aprisioná-la, ele a teria sedado e a algemado.
A polícia disse que uma carta escrita por Elisabeth aparentemente apareceu um mês depois de seu desaparecimento. Ela pedia aos pais que não procurassem por ela.

Libertação

Em determinado momento, Fritzl teria libertado Elisabeth e dois dos filhos que viviam com ela no porão, dizendo à sua mulher que a filha desaparecida desde 1984 havia decidido voltar para casa.
Após ter recebido uma pista, a polícia encontrou Elisabeth e Josef no último sábado (26), perto do hospital onde a filha de 19 anos estava sendo tratada. No dia seguinte, a polícia disse que os investigadores encontraram o local onde Elisabeth ficou aprisionada.
Elisabeth concordou em fazer um relato à polícia após receber garantias de que não teria outros contatos com o pai, que teria abusado dela desde os 11 anos.
Três de seus filhos, com 5, 18 e 19 anos, ficaram trancados no porão desde que nasceram e nunca viram a luz do sol. Os dois mais novos eram meninos e a mais velha, menina. As outras três crianças --duas meninas e um menino-- foram criadas por Josef e sua mulher.
Segundo a polícia, Fritzl também admitiu ter queimado o corpo de uma das crianças, após ela ter morrido logo depois de nascer. Segundo a rede de TV CNN, a criança que morreu era gêmea de outra que sobreviveu.
Fritzl escondeu a entrada do cativeiro e somente ele sabia o código secreto para a porta de concreto reforçada, disseram oficiais. Algumas partes do local não tinham mais de 1,70 metro de altura.
As fotografias divulgadas nesta segunda-feira mostram uma estreita passagem ligando os ambientes que incluiam uma espécie de cozinha, um local para dormir e um pequeno banheiro com um chuveiro. Um cano fornecia a ventilação. Havia também uma porta à prova de som.
Um oficial local Hans-Heinz Lenze disse que era "muito, muito surpreendente" que outras famílias que moravam no local não tivessem notado nada. Lenze disse que os investigadores estão tentando determinar quanto de barulho era possível ouvir de fora do porão.
Lenze disse também que a mulher do suspeito, Rosemarie, aparentemente não "tinha idéia" do que estava acontecendo e que havia ficado inconsolável.
Segundo Elisabeth, no anos que se seguiram após ter sido aprisionada pelo pai, ela foi constantemente abusada e deu à luz seis crianças. Em 1996, ela deu à luz gêmeos, disse a polícia, citando Elisabeth, mas um deles morreu alguns dias depois.
De acordo com a polícia, Josef e sua mulher disseram às autoridades que acharam aquelas crianças em 1993, 1994 e 1997.
Espera-se que testes de DNA determinem se Josef é o pai das crianças. Ela disse que conseguia comida e roupas apenas através do pai e que sua mãe não estava envolvida no crime.
O caso, que aconteceu na cidade de Amstetten, relembra o caso da também austríaca Natascha Kampusch que passou oito anos trancada em um cativeiro antes de escapar em 2006.

Cativeiro onde austríaco mantinha a filha tinha duas portas de aço


As autoridades austríacas descobriram nesta sexta-feira que o acesso ao
cativeiro subterrâneo onde Elisabeth Fritzl foi mantida pelo pai
durante 24 anos tinha duas portas de aço, e não apenas uma, como se
pensava. As informações foram divulgadas pelo chefe da polícia da Baixa
Áustria, Franz Polzer, segundo a agência austríaca APA.



As duas portas tinham um mecanismo eletrônico para sua abertura e
fechamento à distância, através de um código, segundo o agente. O chefe
da equipe de investigadores acrescentou que as investigações no porão
da casa em Amstetten onde Josef Fritzl, 73, manteve a filha trancada e teve sete filhos com ela continuavam hoje.








Fritzl, 73, que confessou manter a filha em cativeiro por 24 anos

No entanto, disse que levariam mais tempo do que o previsto, diante do
pouco ar que entra no lugar. "Estamos tentando ver se podemos fazer
algo com a ventilação", disse Polzer, após dizer que os agentes
precisam fazer pausas freqüentes, devido à falta de ar.



Além disso, os agentes trabalham com máscaras sobre a boca para impedir que vestígios de seu DNA fiquem no local.



Diante destas circunstâncias, e já que "os técnicos devem documentar
minuciosamente cada detalhe", Polzer calcula que as investigações no
porão durarão várias semanas.



Sobre as portas, as autoridades policiais pedirão a um especialista
no assunto que as estude, provavelmente na próxima semana, acrescentou.



Fritzl foi detido no domingo passado (27) na cidade austríaca de
Amstetten, acusado de ter mantido trancada em um porão durante 24 anos
sua filha Elisabeth, que hoje tem 42 anos, e de tê-la estuprado
sistematicamente, tendo com ela sete filhos. Destes, seis estão vivos.
Um morreu poucos dias após nascer.

2 de mai. de 2008

Futebol é uma caixinha de surpresas

Como bem já dizia a anta do Galvão Bueno, tudo pode acontecer num jogo. Os entendidos auguraram a semana toda que Corinthians e Sport já estavam fora da Copa do Brasil. O Sport, segundo eles, porque não era páreo para o Palmeiras, que era muito mais time e só tinha que jogar por um empate com gols.
No caso do Corinthians, achavam eles que era IMPOSSÍVEL o time conseguir os 3 a zero que precisava para manter-se no campeonato.
E não é que pra tapar a boca dos que se julgam entendidos e portanto capazes de prever os resultados dos jogos, o Sport deu de goleada num Palmeiras apático e travado, e o Corinthians fez os 3 que precisava e mais um gol de lambuja.
E agora, o que vão dizer os sabichões? Que foi zebra? Zebra uma pinóia, a verdade é que a história de cada jogo se escreve durante os 90 minutos em que ele acontece e não há como prever o resultado, por mais "entendido" que alguém possa ser.
Dá-lhe, Coringão!

(zailda mendes)

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