3 de mai. de 2008

Austríaco manteve filha em cativeiro por 22 anos

O engenheiro eletricista austríaco Josef Fritzl, 73, confessou ter mantido aprisionada sua própria filha, Elisabeth Fritzl, 42, em um porão sem janelas por 24 anos e também admitiu ser pai dos sete filhos que ela teve. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pela polícia da Áustria.
O caso veio à tona neste domingo, depois de a polícia ter prendido o suspeito e encontrado o porão onde ele mantinha a filha presa. A
investigação começou quando uma das supostas filhas dos dois, de 19 anos, ficou seriamente doente e foi levada ao hospital. Os médicos resolveram, então, apelar para que a mãe da menina aparecesse para fornecer mais detalhes sobre seu histórico clínico.
Elisabeth teria sido aprisionada pelo pai no dia 28 de agosto de 1984, quando tinha, então, 18 anos. Em depoimento à polícia neste domingo, ela disse que seu pai, Josef Fritzl, atraiu-a ao porão do local em que vivam. Antes de aprisioná-la, ele a teria sedado e a algemado.
A polícia disse que uma carta escrita por Elisabeth aparentemente apareceu um mês depois de seu desaparecimento. Ela pedia aos pais que não procurassem por ela.

Libertação

Em determinado momento, Fritzl teria libertado Elisabeth e dois dos filhos que viviam com ela no porão, dizendo à sua mulher que a filha desaparecida desde 1984 havia decidido voltar para casa.
Após ter recebido uma pista, a polícia encontrou Elisabeth e Josef no último sábado (26), perto do hospital onde a filha de 19 anos estava sendo tratada. No dia seguinte, a polícia disse que os investigadores encontraram o local onde Elisabeth ficou aprisionada.
Elisabeth concordou em fazer um relato à polícia após receber garantias de que não teria outros contatos com o pai, que teria abusado dela desde os 11 anos.
Três de seus filhos, com 5, 18 e 19 anos, ficaram trancados no porão desde que nasceram e nunca viram a luz do sol. Os dois mais novos eram meninos e a mais velha, menina. As outras três crianças --duas meninas e um menino-- foram criadas por Josef e sua mulher.
Segundo a polícia, Fritzl também admitiu ter queimado o corpo de uma das crianças, após ela ter morrido logo depois de nascer. Segundo a rede de TV CNN, a criança que morreu era gêmea de outra que sobreviveu.
Fritzl escondeu a entrada do cativeiro e somente ele sabia o código secreto para a porta de concreto reforçada, disseram oficiais. Algumas partes do local não tinham mais de 1,70 metro de altura.
As fotografias divulgadas nesta segunda-feira mostram uma estreita passagem ligando os ambientes que incluiam uma espécie de cozinha, um local para dormir e um pequeno banheiro com um chuveiro. Um cano fornecia a ventilação. Havia também uma porta à prova de som.
Um oficial local Hans-Heinz Lenze disse que era "muito, muito surpreendente" que outras famílias que moravam no local não tivessem notado nada. Lenze disse que os investigadores estão tentando determinar quanto de barulho era possível ouvir de fora do porão.
Lenze disse também que a mulher do suspeito, Rosemarie, aparentemente não "tinha idéia" do que estava acontecendo e que havia ficado inconsolável.
Segundo Elisabeth, no anos que se seguiram após ter sido aprisionada pelo pai, ela foi constantemente abusada e deu à luz seis crianças. Em 1996, ela deu à luz gêmeos, disse a polícia, citando Elisabeth, mas um deles morreu alguns dias depois.
De acordo com a polícia, Josef e sua mulher disseram às autoridades que acharam aquelas crianças em 1993, 1994 e 1997.
Espera-se que testes de DNA determinem se Josef é o pai das crianças. Ela disse que conseguia comida e roupas apenas através do pai e que sua mãe não estava envolvida no crime.
O caso, que aconteceu na cidade de Amstetten, relembra o caso da também austríaca Natascha Kampusch que passou oito anos trancada em um cativeiro antes de escapar em 2006.

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